Sempre fui apaixonado por vídeo games desde criança, logo, eu gostava de imaginar como seriam meus jogos caso eu decidisse seguir carreira com isso. Apesar de não ser nada muito sofisticado e muito menos tecnológico na época (afinal, estamos falando da mente de uma criança de 10 anos com acesso apenas à lápis e papel sulfite *risos*) eu vivia procurando ideias e formas de expandir a influência de meus personagens em meu próprio mundo.
Enquanto revirava algumas pastas no meu quarto, deparei-me com desenhos e arquivos muito curiosos que remetem aos primeiros anos de criação do universo do Ralph. Aparentemente eu adorava jogos de tabuleiro, a sensação palpável de ter no que mexer, o fator da sorte aplicado aos dados e a enorme quantidade de extras que eu poderia aplicar para tornar tudo mais interessante.
E não podemos esquecer as cartas! Que criança não adora colecionar algo? Sejam cards, brinquedos, bolinhas de gude ou qualquer outra coisa interessante. Eu nunca abandonei meu hábito de colecionar, pela quantidade de desenhos velhos que encontrei em minhas gavetas acho que posso dizer que sou um colecionador de obras das mais diversas pessoas ao meu redor (tenho algumas terríveis, outras nem tanto *risos*). Uma porção deles. Eu sempre adorei passar horas tendo ideias, imaginando projetos durante semanas que muitas vezes eu nem tinha o intuito de terminar. Mas acredito que o importante é desenvolver essa criatividade, hoje posso sorrir ao me deparar com algumas dessas pérola e poder compartilhá-las com vocês. Divirtam-se!
Super Trunfo
Esse é um dos meus favoritos. O Super Trunfo é um jogo que fez parte da infância de muita gente, especialmente por ter várias temáticas divertidas como cães, tubarões, países, carros, aviões, franquias e por aí vai. Mesmo hoje, ainda me divirto com eles. Como bom apreciador de jogos de carta que sempre fui, Pokémon TCG, Yugi-Oh! e derivados serviram bem como uma fonte de inspiração para minhas ideias. Era comum que eu tentasse criar algo com meus próprios personagens, crianças adoram copiar coisas (ou melhor, eu diria "inspirar-se") e levando em conta que o Super Trunfo parecia ser a ideia simples, logo foi o escolhido.
As cartas somavam XX no total. Eram todas feitas à mão, com acréscimo de 10 "cartas especiais" que ganhavam de praticamente todas as outras com certa facilidade (os famosos
cheaters, haha.) Eu levava estes cards para viagens longas de carros e passava horas me divertindo com amigos e familiares. Bons tempos. Até hoje tenho apego por eles, e mal posso esperar para refazer cada um desses personagens numa versão atual e melhorada como no
Super Trunfo dos Fire Tales que fiz para o
Aventuras em Sinnoh.
Tabuleiro versão 1.0
Este aqui deve ser um dos joguinhos mais antigos que tenho guardado, e lembro-me que também me diverti bastante com ele. A mecânica funcionava como um tabuleiro, havia dezenas deles, deviam ser vinte ou trinta e cada dia eu fazia mais! Quando terminávamos uma partida, recebíamos pontos que eram utilizados para que comprarmos mais fases e personagens diferentes (a verdade é que alguns desses nem eu desbloqueei, eram tantos! *risos*).
O problema para mim era: onde guardar tudo isso? Juro que pensei jogá-los fora num dia desses porque ocupavam muito espaço e eram bem frágeis, mas foi então que cheguei à conclusão de que papel pode ser dobrado e guardado sem maiores problemas. Se eu estivesse jogando isto até hoje, eu provavelmente ainda não teria desbloqueado todos esses personagens *risos*.
Tabuleiro versão 2.0
Este aqui pode ser compreendido como uma versão melhorada do antigo. Agora os personagens são pintados, assim como o cenário, sendo que algumas das estruturas até pipocavam para fora, isso sim era demais! Lembro-me de trabalhar nele durante uma semana inteira, mas a mecânica que elaborei era tão complexa, mas tão complexa, que nem eu soube jogar. Resultado: Nunca testei, nunca joguei, e hoje é apenas uma dessas curiosidades que tenho guardado. Como será que funcionava?
Inclusive, é divertido notar que o Ralph (supostamente o personagem principal da jornada), não está entre os personagens jogáveis. Deve ser como aqueles jogos de antigamente, onde você tem de desbloquear tudo. Somente agora que tenho o livro pronto é que aprendi a gostar do Ralph como protagonista, afinal, não haveria como eu construir uma história tão longa em cima de um personagem tão importante que não gosto, isso destruiria os laços entre escritor e leitor. O Ralph costumava ser um bobão infantil, mas ele tomou uma dimensão muito mais profunda e interessante.
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Chego à conclusão de que eu tinha muito tempo de sobra para criar coisas que nunca iria usar. Mas essa é a dádiva de ser criança, não? Brincamos por brincar. Não estamos avaliando nada, nem testando, só queremos nos divertir.
Tudo era feito com muito carinho e amor, mesmo que eu nunca imaginasse que fosse mostrar isto para alguém. Tenho orgulho desses projetos, mas sinto falta dessa habilidade de sentar-me na mesa num dia qualquer e, literalmente, fabricar algo. Super Trunfos, jogos de tabuleiros, cards, o que quer que fosse. Hoje passo horas navegando na internet pesquisando sobre capivaras no wikipédia, mas e o conteúdo produtivo, cadê? Acho que preciso de algumas aulinhas com meu velho eu...