domingo, 26 de novembro de 2023

Antes do Começo #6 - As Inspirações de Matéria

É muito comum no meio artístico que as pessoas se comparem, ainda mais quando encontramos algo semelhante àquela música, jogo ou história que apreciamos tanto. Alguns devem se lembrar de quando Genshin Impact foi lançado em 2020 e a internet inteira dizia que era só uma cópia barata de The Legend of Zelda: Breath of The Wild com waifus fofinhas, mas o tempo passou e a coisa toda evoluiu de uma forma que não seria exagero dizer que Genshin e a desenvolvedora MiHoYo se tornaram um dos nomes mais rentáveis na indústria de games, com lucros superiores à da Sony, EA e Embracer.

Então, no fim das contas, Genshin foi mesmo uma cópia de Zelda?
A resposta é que por mais que alguns elementos possam ter sido inspirados durante o desenvolvimento, ele se tornou autêntico o bastante para que uma legião de fãs continuasse jogando e elevando seu nome a um novo patamar.

No meio literário, já me deparei com inúmeras resenhas que acusavam outros escritores de copiarem descaradamente seus livros favoritos
"— Ah, esse livro é só uma cópia descarada de Percy Jackson."
"— Tem magia? É Harry Potter e ponto final."
"— Uau, um grupo de aventureiros explorando o mundo? Isso é TÃO Senhor dos Anéis."

Quando pensamos nas grandes obras e autores, elas se tornaram mundialmente famosas talvez por terem sido as primeiras a abordarem um determinado assunto e com maestria. No fim das contas, é praticamente impossível escrevermos algo 100% inédito, até porque leitores adoram o senso de familiaridade e existem padrões como o da Jornada do Herói que sempre funcionam quando bem trabalhados. O segredo não está em criar algo jamais visto, e sim, em como elaborar isso de forma autêntica. Será que o mundo precisa dessa história que você vêm pensando a vida toda e quer colocar no papel? Ou vai acabar sendo mais do mesmo? Eu com toda certeza não tenho a resposta para tudo, mas sei que nos inspiramos naquilo que apreciamos, tal como a descrição que usei no topo dessa postagem:

"Inspiração: processo que faz com algo que nasça do coração, no espírito, no pensamento".

Nesta postagem eu venho compartilhar com vocês algumas das inspiração que me lembro de ter tido enquanto criava Matéria lá em 2005, quando eu tinha apenas 11 anos.

THE LEGEND OF ZELDA: ORACLE OF AGES

Sem sombra de dúvidas, Matéria não existiria sem Zelda, mais especificamente esse título que foi lançado para o Game Boy Color em 2001. Talvez a mais notória comparação seja que nosso protagonista Ralph também é um personagem chamado Ralph com seus cabelos avermelhados no jogo. Ele é o guardião de Nayru, o Oráculo das Estações — que nos livros deveria ser o cargo de Auria, só que nos meus primeiros gibis ela não passava de uma dama a ser resgatada, tão sem importância que Ralph se esquecia dela no fim da jornada. Há também a presença dos Tokay, que serviram de inspiração direta para os gecko, assim como Facade que no começo era um dos principais companheiros de Ralph.


RAGNARÖK ONLINE

Toda criança dos anos 2000 que frequentava lanhouses já deve ter escutado falar sobre Ragnarök em algum momento da vida. Um dos maiores MMORPG de seu tempo, esse jogo lançado em Fevereiro de 2002 foi a base do imaginário de uma geração inteira que ainda vivia com internet discada e precisava ler tutoriais em revistas de banca.

Monstros extremamente criativos, um sistema de cartas, quests, grandes cidades marcantes, classes de personagens... Ragnarök deve ter sido a minha porta de entrada para o mundo dos RPGs, magia e muito mais. Por mais que tenha sido lançado numa época próxima à Senhor dos Anéis, enquanto a grande obra de Tolkien ainda parecia ser de difícil leitura para um garoto como eu com seus 10 anos, foi Ragnarök quem deu a largada naquilo que eu viria a me tornar.

Antes mesmo de Matéria, existia uma história chamada O Diário do Capitão Canas que era inteiramente baseada em Ragnarök, e foi ela quem me serviu de base para eu começar a escrever fanfics. Depois veio o Aventuras em Sinnoh, e o resto é história.


PAPER MARIO

Paper Mario 64 é o jogo da minha vida. Vinte e três anos depois, se alguém me pedir para desenhar o mapa eu conheço cada personagem, segredo e detalhe do cenário. Servindo como base para o plot de meu gibi mais importante, O Segredo das Pérolas carrega muitos elementos desse amado jogo.

Os tótines são uma adaptação de quase todos os chefões das fases. Começamos por Bill, que mexe com explosivos assim como os Koopa Bros.; depois vamos para um deserto enfrentar Tuntakoopa que seria a Tootie; o terceiro difere um pouco, mas Elma carrega alguns elementos da assustadora Forbidden Forest; depois temos o Capitão Bernard, baseado no General Guy; depois Aedan que é visto a primeira vez num vulcão como a Lava Piranha e enfim sua irmã, Elice, que controla o gelo como King Crystal. Ufa! E isso é só o começo, jogar Paper Mario no 64 é como se aventurar pelo universo de Sellure que sempre imaginei, sempre nostálgico, colorido e divertido.


FIRE EMBLEM

Fire Emblem é outro título da Nintendo que está no meu imaginário desde 2003 quando o título foi lançado pela primeira vez no ocidente para o Game Boy Advance.

O primeiro livro de Matéria começou a ser escrito em meados de 2013 e 2014 se não me engano, e foi bem nessa época que houve um renascimento da franquia com Fire Emblem Awakening. Muito da relação de Ralph com o Narrador surgiu baseado em Chrom e Robin, seu avatar jogável.

Ainda hoje, FE é um dos meus jogos favoritos na vida, tanto que estou jogando Fire Emblem Heroes para o celular desde 2017, o que já totaliza... meu Deus, são 7 anos jogando essa merda. Estou ficando velho...


MAS E OS LIVROS?

Se você escreve livros, não deveria estar se inspirando em livros para criar suas histórias?
Não necessariamente. Eu acho que parte da graça de Matéria é que ele não se parece em nada com um livro, então não tive absolutamente nenhuma inspiração de Harry Potter, Percy Jackson e outras obras famosas. Olhando para trás, até mesmo Senhor dos Anéis tem uma escrita muito diferente da minha, e hoje percebo que apesar de ser um grande fã da obra, eu não a uso como minha maior referência. Pelo contrário, compartilho apenas de seus valores que levo na vida.

Mas, falando sobre valores, há três obras totalmente inesperadas que serviram de inspiração para o que eu viria a construir. A primeiras delas foi...

DELTORA QUEST

Deltora Quest é uma série de livros escrita pela australiana Emily Rodda, foi lançada no Brasil em meados de 2005, bem no período onde Matéria estava nascendo. Apesar dos livros não serem tão famosos hoje em dia, foi uma das primeiras sagas completas que minha irmã ganhou de aniversário — exceto pelo último volume —, e eu achava as capas um verdadeiro espetáculo.

Quando fiquei mais velho e já tinha meu próprio dinheiro, corri atrás desse volume que faltava e comecei a ler a saga. A história é simples, com livros curtos que carregam apenas aventuras genéricas dos personagens enquanto eles vão atrás de pedras para compor o Cinturão de Deltora (isso também teve influência na busca pelas Pérolas Sagradas!).

Outra coisa que eu me amarrava em Deltora é que todo livro tinha algum enigma e um ambiente a ser explorado. Florestas mágicas, lagos assombrados, cidades abandonadas, labirintos; a série é de uma criatividade enorme e eu ainda recomendaria Deltora para qualquer jovem que esteja se iniciando no universo da leitura.

O PEQUENO PRÍNCIPE

Quando li O Pequeno Príncipe pela primeira vez lembro que as pessoas ainda usavam a frase preconceituosa de que era um livro para "modelos burras". Eu nunca entendi o porquê, pois se trata de uma história tão doce e com uma mensagem atemporal, tanto que até hoje figura em qualquer livraria que você passar.

Matéria não teve influência direta do livro de Antóine de Saint-Exupéry, porque eu o li pela primeira vez muito tarde. Mas não dá para negar que toda a inocência de Ralph é um reflexo disso, ele está sempre atrás de experiências ao lado das pessoas, e não necessariamente se aventura em busca de um objetivo singular — como o encontro com a Rosa que era tão pretenciosa ou da raposa que estará lá sempre a esperá-lo.

O MÁGICO DE OZ

"Se caminharmos bastante, em algum momento chegaremos a algum lugar, eu tenho certeza."

Talvez a mais inesperada inspiração de Matéria esteja nO Mágico de Oz. Há uma sutil referência no Livro 1 na cidade de Bausonne, onde os protagonistas passam por uma estrada de tijolos amarelos em sua estadia.

Muitos podem não saber, mas O Mágico de Oz foi um dos primeiros contos de fada americanos, tendo sido lançado em 1940. É uma clássica Jornada do Herói, com Dorothy fazendo de tudo para sair daquele mundo tão estranho e colorido para voltar até seu Kansas, cinza e sem graça

E o mais engraçado é que um dia eu tracei um comparativo e percebi que o Ralph tem muito da Dorothy, como a protagonista esperançosa que deseja encontrar um poderoso mago.
Ao seu lado temos Lesten, que é literalmente um espantalho sem cérebro que não acredita nas próprias capacidades.
Depois vem a Auria, o homem de lata que acredita não ter um coração, mas a amizade e o companheirismo preenchem o lugar que falta.
E por último, Lee e Hayley são o Leão, que está sempre fugindo de seus problemas.

Quem sabe no futuro também não haja pessoas que se inspiraram em Matéria enquanto escrevem suas histórias?

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Dumag


"[...] Todos meus amigos já se foram e estão banqueteando-se no Unferis. Fui guerreiro a vida toda, mas hoje estou velho e sei que minha hora se aproxima. Não quero morrer definhando em minha cama. Fui condenado a viver todo esse tempo sozinho... e, no fim das contas, talvez essa seja a minha maldição." — Dumag, Capítulo 25 - Alma de Diamante.

Dumag é um dos servos mais antigos da Peste Negra, atuando como seu conselheiro e mestre de poções. É encarregado de tarefas de ensino, orientação e filosofia dentro dos túneis, onde atua como a Mão de seu senhor para estabelecer a ordem e resolver questões administrativas.

Antes de oferecer seus serviços à Peste, Dumag participava de uma guilda de aventureiros como um mago habilidoso, porém quieto e contemplativo. Sempre demonstrou interesse pela natureza e suas vertentes, preocupando-se mais em dedicar-se aos estudos e atuar na retaguarda enquanto seus companheiros lutavam na linha de frente. Apesar da fama de sua guilda, seu nome se perdeu na história após eles aceitarem a missão de exterminar um monstro. Tal criatura revelou-se como um Aukalaka, um verme terrível que vive nas profundezas e beira a extinção. Mesmo com os esforços reunidos, todos os seus companheiros acabaram mortos.

Dumag passou a ser conhecido como um Domador de Monstros, apesar de não apreciar tal título. Ele leva muito jeito com criaturas — talvez até mais do que lidando com outros humanos — e prefere a solitude de seu apotecário a ter de entrosar com qualquer pessoa.


Dumag carrega o status como um dos Filhos da Peste e fez sua estreia no blog em um dos capítulos dO Passado dos Personagens, mais especificamente na história de Lesten.

Quando Wester e seus companheiros acabam capturados, seu irmão decide partir e resgatá-lo, mesmo indo contra a recomendação de seus superiores. Na ocasião, Lesten acaba por enfrentar Dumag que possui a habilidade de envenenamento ao encostar na ferida de alguém. Apesar de tal informação não constar nos livros, Dumag foi o responsável por deixar a cicatriz no olho de Lesten, enquanto o gecko foi quem devorou a sua mão direita.

Dumag escapa com seu pequeno exército, mas deixa o claro aviso de que a Peste Negra em breve irá se revelar. Lesten acaba perdendo o seu irmão e todos os seus companheiros, e quando retorna para a capital, é exilado pelos membros do Conselho da Matiz.

  • Toque Drenagem [Ofensivo] – Um simples toque e o usuário é capaz de drenar tanto a mana quanto a energia vital de alguém, recuperando a si próprio;
  • Golpe Sujo [Ofensivo] – Quanto mais forte for o seu oponente, mais poderoso esse golpe se torna fazendo com que seus atributos sejam ignorados;
  • Tormento [Defensivo] O oponente é pressionado a não utilizar itens ou habilidades que aumentem os próprios status;
  • Inteligência Suprema [Habilidade Passiva] – O personagem é capaz de encontrar soluções lógicas para problemas complexos, elaborar estratégias, improvisos, influenciar e adquirir experiência com mais facilidade do que outros;
  • Estrategista [Habilidade Passiva] – Permite que o usuário possa enxergar os níveis de energia e desvantagens do adversário;
  • Domínio Sobre Elemento [Tríade Mágica dos Tótines] – Um dos três poderes primários dos Tótines. O elemento do usuário é o veneno; 
  • Manipulação [Tríade Mágica dos Tótines] – Dumag pode manipular o sangue de alguém se tiver contato com alguma ferida direta, tornando-o um adversário letal capaz de tirar vidas instantaneamente com um simples toque;
  • Transformação [Tríade Mágica dos Tótines] – Apesar de sua forma não ter sido revelada, Dumag se transforma em um escorpião.
"Se eu fosse você não escolheria esse lugar para morrer."
— Dumag, Capítulo 24 - Alma de Diamante.

"Eu sou um tótines, meu poder é manipular venenos e, consequentemente, posso manusear o sangue dentro de alguém, mas não sou capaz de gerá-lo. Qual seu tipo sanguíneo?"
— Dumag, Capítulo 29 - Alma de Diamante.

"Um dia ficamos todos sozinhos."

— Dumag, Capítulo 12 - Coração de Ouro.

"Estou indo, minha criança. Vou me livrar dessas pestes por você."
— Dumag, Capítulo 17 - Coração de Ouro.

  • Dumag possui um grande interesse em horóscopos e astrologia, além de ser supersticioso a ponto de deixar uma vassoura atrás da porta para espantar visitas indesejadas;
  • Dumag foi o primeiro membro dos Filhos da Peste a ser introduzido aos leitores ainda em 2017, muitos anos antes de sua aparência ter sido desenhada e revelada ao público;
  • O cargo de Dumag como um Domador de Monstros foi inicialmente planejado para pertencer à Nicole, mas a personagem já era forte demais por conta de seus poderes;
  • Durante os episódios que mostram o seu passado no Livro 3 fica implícito que Dumag é homossexual, mas acabou não sendo capaz de ficar com a pessoa que amava que terminou cansando com outra. Isso realça um difícil tema que não costuma ser retratado nas histórias: a homossexualidade depois da velhice.

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Guerra dos Heróis - Os Três Grandes

Imagem ilustrativa do game Deltarune, por Toby Fox.
Algum dia quem sabe eu volte para fazer uma arte de capa decente para meus personagens...
A Guerra dos Heróis é o nome dado à primeira grande guerra ocorrida no Reino de Sellure. Seu marco inicial foi a morte de Ronem Romenor que deu início à contagem dos anos no calendário atual a partir do Ano Zero. Apesar de não ser compreendida como uma guerra em seu tempo, suas disputas territoriais, divisão de raças e consequências definiram o reino até os dias atuais.

DATA 
Por volta do Ano 1 ~ até meados do Ano 10

ENVOLVIDOS
Os principais participantes da Guerra dos Heróis foram os Três Grandes, que se ergueram e ganharam fama ao liderarem suas respectivas raças contra a investida de invasores — Canas, o Descobridor do Mundo, representava os humanos; os geckos tinham a proteção de Tokay, Asa Negra; e por fim os tótines foram liderados por Armora Defesa, a Muralha Impenetrável.

Durante o século perdido, os monstros ainda não eram reconhecidos como uma raça protegida por lei, por isso eles foram exterminados em grande parte. Um dos principais efeitos da guerra foi a garantia de que os monstros teriam direitos e não poderiam mais ser caçados, tornando-se assim a quarta raça em Sellure.

MUDANÇAS TERRITORIAIS
Após a morte do Conquistador, todos os seus territórios passaram a ser disputados. Há pouquíssimos registros que precedem a ascensão de Ronem Romenor, mas grande parte do que se sabe encontra-se no famoso diário deixado por uma autora misteriosa que assinava como Adelaine.

Como a guerra envolveu todo o continente, após o seu término foi assinado o acordo de separação de Sellure em províncias, garantindo que cada raça teria total controle em seu território, sendo assim:
  • Bodoni e Constantia ficaram em posse dos Humanos. Depois da coroação de Canas, Constantia foi reconhecida como a principal capital no reino, uma vez que a construção da Fortaleza Azul já tinha sido iniciada ainda nos tempos de Ronem;
  • Myriad e Century ficaram com os geckos por conta de seu vasto litoral;
  • Helvetica e Perpetua foram entregues aos tótines que se concentraram em construir uma província reclusa e afastada do restante do reino. Parte do povo helvetico ainda carrega o preconceito contra raças, e por isso não é raro encontrar áreas que proíbam a entrada de geckos e monstros;
  • Garamond e Trajan foram entregues aos monstros, e ainda nos dias de hoje são conhecidas por serem províncias muito pobres e até mesmo primitivas.

SOBRE A GUERRA
O fim do século perdido marcou a primeira grande guerra que cobriu todas as raças e povos existentes. Os humanos foram pretensiosos e se julgaram os únicos dignos a governar; já os geckos queriam apenas viver de forma pacífica, e por isso lutaram veemente contra o avanço de tecnologias e a destruição de seu habitat natural. Acredita-se que foi nessa época que se ouviu pela primeira vez a palavra "tótines", dada àqueles que detinham o dom da magia e vasta sabedoria. Eles acreditavam que era possível atingir o equilíbrio e conviver em paz, mas acabaram sendo atingidos no fogo cruzado entre os demais e foram  tragados para a guerra.

Os monstros sempre existiram em Sellure desde o século perdido e eram conhecidos por sua violência e selvageria. Acredita-se que 80% das espécies de monstros foram exterminadas ainda nessa época, levando alguns à extinção completa. Também foi nessa época que os dragões abandonaram o Reino de Sellure, fugindo para além do mar onde nunca mais foram vistos.

A guerra também trouxe muitos avanços, historiadores alegam que foi a época em que Sellure mais evoluiu e se aprimorou, saindo de um período de trevas e ignorância para se tornar um continente próspero.
Armora Defesa levou vantagem por ser a primeira figura a utilizar-se de pérolas como forma de estocar magia. Armora também foi a inventora do termo "defesa" que lhe atribuía o nome, derivado de uma língua antiga cujo significado era "o que defende, vigia, protege". Ela foi a criadora das primeiras armaduras e escudos focados especialmente em proteger seu usuário, e não apenas na parte ofensiva.

Enquanto Canas e Tokay travavam um intenso combate, os Monstros fizeram uma investida e os dragões decidiram dizimar os invasores que destruíam o mundo que lhes servira de lar há gerações. Glaüner, a Maldição Eterna, era um dragão de proporções descomunais cujas palavras enfeitiçavam as pessoas e as colocavam para lutar umas com as outras. Em um último esforço, Canas, Tokay e Armora fizeram uma aliança para enfrentar a Maldição, e com a benção das divindades, foram capazes de selá-lo na prisão entre mundos.

DESFECHO
Quando Glaüner foi enfim derrotado, o dragão lançou uma terrível maldição nos heróis sobreviventes, alegando que "seus maiores desejos um dia seriam sua sina".
Canas, Armora e Tokay receberam um presente das divindades e tiveram direito a realizar um desejo através das Pérolas Sagradas. Canas recebeu a imortalidade, enquanto Asa Negra pediu para que suas asas fossem grandes o bastante para que todos o enxergassem, garantindo assim que nunca fosse esquecido; enquanto General Defesa pensou no bem de seus descendentes à frente da própria motivação.

— Canas subiu ao trono e ficou conhecido como o Velho Rei, o longevo.
— Tokay Asa Negra desapareceu por entre as montanhas do norte, mas sua existência ainda é celebrada como uma lenda entre os geckos, e um lembrete da grandiosidade dos dragões que um dia habitaram  Sellure.
— Armora Defesa adoeceu e faleceu de tuberculose, mas seus descendentes ainda vivem e em grande parte são mulheres fortes, destemidas e de grande conhecimento.

"Diante da entidade suprema, Canas percebeu o quão ínfima era sua existência e temeu que um dia fosse esquecido, por isso pediu a vida eterna.

Tokay, por sua vez, tinha muita vontade de continuar explorando novas terras; Canas era seu melhor amigo e um companheiro leal, mas os geckos por natureza vivem mais tempo que os humanos, por isso seu pedido foi um par de asas para que voasse bem alto no céu e todos pudessem vê-lo em qualquer canto do reino. Até hoje os geckos celebram o Asa Negra.

General Defesa foi a única que apresentou uma proposta diferente... Seu pedido foi ao mesmo tempo sua maior benção e sua sina.

‘Dê poder ao meu povo, para que eles nunca mais sejam oprimidos.’ 

            — Narrador, Epílogo - Espada de Madeira."

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