O Passado dos Personagens - Lee e Hayley (Parte 1)
A mulher quase tropeçou assim que abriu a
porta da saída nos fundos, não parava de rir e devia estar um pouco bêbada, a
julgar pelas bochechas coradas e as pernas entrelaçadas feito cordas sem dono. A
mão apertava com força os braços musculosos do lutador, como se desejasse nunca
larga-lo; o rosto do homem era marcado por uma dúzia de socos que levara, mas
nem de perto representava a quantidade de pancadas que seu adversário recebera.
A vitória foi garantida naquela noite, Wendy
ria e gritava alto sem se importar com o horário, pois o berro da torcida fez
seu coração saltar. A ruela dava num beco sem movimento, uma saída secreta, se
ele decidisse aparecer no meio dos holofotes ninguém mais poderia tirá-lo do
meio da multidão agitada. Mas ali, naquele instante, ele era somente dela.
Wendy tentou encostar a cabeça no ombro do
homem, mas era baixa demais, então se contentou em simplesmente poder sentir o
calor de seu atleta favorito conforme caminhavam juntos sob a luz bruxuleante
das ruas ao anoitecer.
— Você foi incrível hoje — a mulher
o elogiou. Seus cabelos loiros que demoraram horas para serem preparados já se
desmanchavam junto da maquiagem borrada no rosto, mas ela continuava bela,
notavelmente mais velha e madura do que ele, embora menos castigada pela idade.
O lutador nada respondeu, ajeitou
seu gorro e continuou seguindo o caminho de volta em silêncio, tinha de
esquivar-se dos fãs que o cercariam caso não fosse discreto. Wendy ergueu as
duas mãos e começou a fazer planos, imersa em uma realidade distante e utópica.
— Você ainda está no início de
carreira, mas se vencer só mais uma luta já terá o cinturão! O Cinturão
Púrpuro, consegue entender a importância disso? Guerreiros de toda província de
Bodoni participam desse campeonato, com toda certeza você será chamado para
competir no Sellureville, o maior torneio de todos, e será o mais jovem campeão
a conquistar tal façanha! Já consigo ver as manchetes: Peter Lee, o Canhão de
Vidro.
Fazia-lhe bem imaginar-se no topo.
Pessoas de todos os cantos do reino o aplaudiriam, como se ele fosse o rei;
diziam as más línguas que o prêmio do Sellureville variava a cada ano — sonhos,
milagres, utopias. O torneio era tão surreal e encoberto que para muitos não
passava de uma lenda, mas os que saíram vitoriosos mudaram não apenas a si
próprios, mas o mundo. Ouvir Wendy fazer tantos planos parecia justamente o que
era: a vida dela, não a sua. Eram os sonhos e desejos dela. Não ligava
muito de ser uma ferramenta, contanto que estivesse feliz consigo próprio e
realizado. Ainda era jovem e conquistaria muito, quem poderia detê-lo?
— ...eu também andei conversando com algumas amigas sobre comprar uma linda casa em Myriad para morarmos daqui alguns anos, fica na Ilha-S com a vista mais
linda para o oceano, uma mistura do natural e do moderno, o lugar perfeito para cuidarmos de nossos dois filhos: Jonathan e Michael, já pensei até nos nomes! — Wendy só parou de falar para respirar fundo e expirar o
ar de volta. — É como num sonho...
O lutador parou de repente, e não
foi porque algum fã o interceptou. O movimento no local era nulo, apenas alguns
postes de luz iluminavam a calçada suja de fora do estágio, sendo que um deles não
parava de piscar; tratava-se de um beco frio e perigoso, porém, ao lado dele,
Wendy jamais teria o que temer.
Sempre estaria
segura.
— Eu acho que devíamos terminar.
Wendy piscou e riu alto, ainda
devia estar bêbada. Levou a mão ao rosto de Lee e deu-lhe um beijo suave perto
da bochecha.
— Terminar aquilo que começamos
ontem, não é? Você não tem jeito mesmo, adoro esse jeitão sensual de homem
misturado com a empolgação de um menino. Ao chegarmos em casa vou te fazer uma
surpresa, e...
— Você não entendeu, Wendy —
respondeu Peter Lee, afastando a mão dela. — Eu quero terminar o nosso namoro.
A mulher afastou-se, claramente
ofendida. Não estava pronta para um soco daqueles.
— Quem é a vadia?
— Não, Wendy, não tem nada a ver
com outras mulheres — Lee olhou para os lados para ver se alguém ouvia a
conversa. Daqui a pouco ela começaria a armar o maior barroco, era só questão
de tempo. — O problema não é você, sou eu. Estou prestes a enfrentar a luta da
minha vida, preciso pegar sério nos treinos e não quero atrapalhá-la em sua própria
vida. Não serei capaz de dar-lhe toda atenção que você merece, e no final...
— Pode parar por aí, mocinho — ela
ergueu o indicador no rosto do rapaz, e mesmo sendo quase vinte centímetros
menores, conseguiu colocar mais medo do que qualquer outro lutador que ele já
havia enfrentado. — Pare agora mesmo com essas desculpas esfarrapadas, eu não
sou nenhuma menininha da escola para você me desmerecer desse jeito. Se for
para enfrentarmos o que está por vir, que seja juntos. E para sempre.
Aquela palavra o assustou à beça. “Para sempre”. Quanto tempo será que
durava?
Em uma reação imprecisa, acabou
virando o rosto e dando a entender que não tinha vontade nenhuma de
compartilhar seu para sempre com
alguém como Wendy, por mais madura, formosa e divertida que ela fosse — sem contar as
lindas pernas. Decidiu simplesmente virar e dar as costas para esta mulher, o que não foi uma boa ideia. Wendy segurou seu braço e o puxou de volta como uma mãe que repreende o filho.
— Ainda não terminamos aqui.
— Me deixa em paz, cacete! — Lee reagiu de forma grosseira, empurrando Wendy para longe.
E ela não gostou nem um pouco daquela atitude.
— Ainda não terminamos aqui.
— Me deixa em paz, cacete! — Lee reagiu de forma grosseira, empurrando Wendy para longe.
E ela não gostou nem um pouco daquela atitude.
Por um instante Lee se perguntou se ainda estaria no ringue, porque quando se deu conta via apenas
uma figura furiosa acertando-lhe tapas e socos confusos sem uma ordem certa. Ela cruzou as ruas pouco movimentadas batendo as pernas com força
no chão, o barulho dos saltos ecoava solitário, ela chegou a tropeçar em um
buraco e quase perdeu o equilíbrio, mas não parou de andar e sequer olhou para
trás.
Talvez fosse melhor mandar uma
mensagem mais tarde, concluiu. Ainda a amava, ou pelo menos sentia (deviam ser
as pernas. Lindas pernas!).
Lee passou pela vitrine de uma loja
onde pôde ver seu reflexo. Seu nariz sangrava um pouco e o olho esquerdo roxo, estaria
assim desde o final da luta ou Wendy poderia considerar seriamente participar
do próximo torneio também? Retirou os óculos escuros do bolso e colocou-os,
mesmo sendo noite. Não queria que ninguém o visse daquele jeito, muito menos
algum conhecido.
— Nunca levou jeito com as
mulheres, não é mesmo, filho?
O sujeito estivera ali, ouvindo a
conversa o tempo todo, sentado em um banco de pedra à espera do último trem que
passaria em alguns instantes. Ele vestia uma boina e tinha a barba mal cuidada mesclada
aos cabelos ruivos, a expressão cansada demonstrava alguém que vivera e passara
por muito, cheio de experiências a serem compartilhadas. Devia ter sido um
rapaz muito bonito no passado, mas a idade lhe trouxe rugas e preocupações, não
sentia mais a necessidade de estar sempre apresentável para as mulheres e agora
simplesmente colocava as roupas que lhe cabiam bem, geralmente em tons de
marrom e vermelho. Ainda carregava seu anel de casado.
Ele arrastou-se lentamente para o
lado e pediu para que o jovem se sentasse junto dele, mas Lee balançou a cabeça
de forma negativa, incrédulo quanto ao visitante indesejado.
— O que faz aqui, Hugh? Pensei que
tivesse dito que nunca veria uma luta minha — disse Peter Lee.
— Eu não preciso. Você já consegue
se cuidar muito bem sozinho, conheço bem o aluno que treinei durante os últimos
anos — respondeu o velho, entrelaçando suas mãos para aliviar-se de um frio
perpétuo que parecia assombrá-lo. — Mas, ei, que belo show você deu ali.
Dispensou a moça sem pensar duas vezes, mas que garanhão sem coração você é.
— Dá um tempo — Lee sentou-se,
cansado de ficar em pé, cansado de uma luta em que já apanhara bastante e se
estendia até mesmo para fora dos ringues. — A Wendy era para ser só uma amiga e
nós acabamos tendo um caso, agora ela vive pensando longe demais, enquanto
eu...
— Ainda está com os pés no chão — o
homem riu, cruzando os braços e ajeitando uma boina surrada que usava. — É
preciso tomar cuidado com essas mulheres mais velhas, filho. Seu encanto é tão
poderoso quanto magia, ao mesmo tempo elas são capazes de roubar o coração e
tudo que você tem com a perversidade de uma bruxa!
— Vou dar um tempo disso. Por
enquanto. Relacionamentos são um saco.
— Escute, filho. Nem sempre as
pessoas compreendem o nosso tempo. Você foi muito precoce, o que ia esperar de
uma mulher com seus quase trinta anos? Você tem quantos anos agora, dezoito,
dezenove? Ainda tem muito a aprender.
— Por que os velhos têm essa mania
de se achar mais experientes?
— Talvez porque todo o soco que
você tomou em sua vida já nos acertou há muito mais tempo, nós já nos
recuperamos e estamos prontos para mais. Você não se torna um adulto completo
se não apanhar do mundo até chorar e pedir para que ele pare. A vida é cruel, e
eu te ensinei isso.
— Tá, tá. Chega de filosofias — Lee
cruzou os braços e esticou uma das pernas, procurando um relógio para saber que
horas eram e quando o trem passaria. — Eu não escolhi ser
forte, a vida me obrigou. — Ele soltou um suspiro antes de
continuar. — Vai ficar aqui até quando?
— Até você criar coragem e admitir
que não tem onde dormir para seu velho mestre e pedir humildemente um lugar para passar a noite.
— Vá se ferrar. Eu não preciso
disso.
— Então espero que a senhorita
Wendy esteja preparando o seu espaço no sofá da sala, isso se já não tiver
convidado algum de seus rivais para ir fazer uma visitinha, e...
— Tá, tá! — Lee levantou-se, agora
irritado e impaciente. Andou de um lado para o outro, até concluir que não
tinha mesmo para onde ir. — Só me leva pra casa. Preciso de um banho e não
estou sentindo as minhas pernas...
O velho revelou um sorriso
vitorioso entre a barba mal aparada e suas rugas de cansaço. O trem chegou logo
em seguida.
i
Viu-se no ringue de olhos fechados. O barulho
estarrecedor da multidão não o incomodava mesmo. Quando abria os olhos, via uma
figura em roupão azul do outro lado, o olhar ameaçador e o sorriso de deboche
no rosto. Só mais uma vitória e o cinturão seria seu, derrubar Ronald Rollout seria
tarefa difícil, ele era agressivo e batia com força, embora nunca antes alguém
o tenha punido com pancadas na mesma intensidade. Na diagonal, Rollout gritava
ameaças vazias: “Eu vou bater tanto em
você que vou te matar, Peter Lee!”, e seus fãs iam à loucura. “Acaba com ele!”
Lee respirou fundo e olhou para os lados.
Nenhum sinal de Wendy em seu assento costumeiro. Hugh também devia estar
escondido em algum canto, só para não se fazer notar, pois jamais perdera uma
luta do discípulo. Pouco antes do início da disputa mais importante de sua vida
(até o momento), a dica mais valiosa que recebera do velho foi: “É por estar em segundo lugar que
nos esforçamos mais.”
Seu atual técnico deu-lhe alguns toques e
repetiu a estratégia, e Lee por fim levantou-se, pronto para enfrentar mais uma
batalha dentre tantas que estavam por vir.
Na multidão, gritos e aplausos misturados com
humilhações desafiadoras.
— No canto vermelho: o desafiante! —
disse o mestre de cerimônias. — Peter Lee, nossa mais nova celebridade,
filho do lendário Doni Lee que veio para mostrar que a determinação e sede por vitória está no sangue! Se ele sair vitorioso
na luta de hoje e conquistar o cinturão da Cidadela Púrpura, poderá competir no
maior torneio do reino, o Sellureville!
Sellureville sempre fora um nome
mágico para ele. Não se tratava apenas de sonhos ou ambições da família, queria ser o
melhor, o ser mais poderoso dentre todas as raças. A fama e o dinheiro viriam
como consequência, estava no auge da carreira; era jovem, atlético e poderoso;
um idiota trajado em azul era o único que o separava de dar mais um grande
salto
— Vem, garotão. Vem pro papai —
disse Ronald com uma risada torta. — Opa, esqueci que você não tem pai, só tem aquele
velhote idiota do Burnout que nada fez além de coloca-lo num ringue para
apanhar!
Aquilo era verdade. Hugh Burnout
sempre fora um pai de consideração desde que o verdadeiro morrera na guerra
quando Lee ainda era menino.
O gongo soou, e o primeiro a
avançar foi Rollout, de pernas firmes e sustentadas correu e deu-lhe um direto
firme no rosto. Lee esquivou-se com uma leveza surreal, acertando o estômago de
seu adversário com um upper
carregado. Rollout tentava proteger-se, mas era castigado por uma onda de
ataques, não conseguia proteger-se e nem desviar o foco de suas costelas. Os
olhos de Peter Lee transmitiam uma malícia cruel, e sua velocidade era absurda.
Ele era como uma máquina.
Houve apenas um assalto, e Ronald
caiu. Seus joelhos foram ao chão, Lee sentiu como se o atual campeão o
louvasse, e gostou da sensação. O árbitro começou a contagem, esticou as mãos
para o alto e o público vibrou. Rollout não prolongou o momento e logo estava
de pé.
— O que o faz continuar de pé? Por
que você continua lutando? — perguntou Rollout.
— Nada — Lee conseguiu dar-lhe uma
resposta breve.
— Nem mulheres, nem dinheiro, nem
fama?
— É só isso que sei fazer.
— Que perda de tempo — Ronald cuspiu no chão. — Você deveria ter ficado no exército e ajudado seu povo, mas agora está aqui apenas para se vangloriar, seu egoísta de merda!
— E não somos todos assim? —
provocou Lee. — Se a vida é um mar de solidão, somos os únicos responsáveis por
ela.
O segundo round começou. Ele
ouvia as pessoas gritarem seu nome, e a sensação o consumia. Ronald estava mais
cuidadoso e procurou manter distância, mas sempre que tentava aproximar-se era
surpreendido por pancadas de todos os lugares, como se seu adversário tivesse
quatro braços ao seu dispor. Ele nem começara a usar as pernas ainda, e diziam
que Peter Lee era habilidoso com elas (especialmente Wendy). A plateia foi
surpreendida quando um gancho acertou Lee no queixo, ele debruçou-se sobre as
cordas e vergou o corpo, mas não se permitiu ajoelhar no chão. Há pelo menos cinco lutas
ninguém sequer conseguia fazê-lo cair. O juiz os afastou, mas não precisou
iniciar a contagem; Peter Lee endireitou o topete no cabelo e mexeu a cabeça da
direita para a esquerda com um estalo.
— As pessoas te chamavam de Canhão
de Vidro quando começou a lutar, não é? Sabe bater, mas se apanhar, vai cair em
mil pedaços! Espere só até eu meter um soco no meio desse nariz perfeitinho.
Vou ser o primeiro a quebra-lo no meio, garoto.
— O que foi que você disse antes da
luta começar? — indagou Lee. — Ah, é. “Eu
vou matar você”, ou algo do tipo. Não pense que eu não ouvi.
Ronald Rollout ergueu os punhos e avançou mais uma vez. Lee abaixou a
guarda, estava claramente o provocando — abaixara os braços em frente ao campeão invicto
daquele ano! Quando Ronald avançou, encoberto por sua fúria, Lee recuou e acertou-lhe
na cara um chute tão forte que seu oponente saiu varrendo o chão com sangue e
suor. Ele ajoelhou-se no chão, e como se sussurrasse em seu ouvido, falou com a voz calma e tranquila:
— Você não disse que ia me matar? Onde está a sua coragem agora, seu imprestável?
Lee começou a golpeá-lo na cabeça com ferocidade, o juiz correu para impedi-lo de continuar, mas nem mesmo ele foi capaz de conter a fúria. Lee o empurrou para longe e começou a bater, bater e bater. Bateu tanto que três seguranças subiram no ringue para tirá-lo dali, e terminado seu show, ainda finalizou com um chute intenso na cara de seu adversário que praticamente estremeceu no chão, incapaz de reagir.
Agora sim, sentia-se vitorioso. Ergueu os braços e seus músculos saltaram, os flashes piscavam e o público vibrava. O juiz falava bobagens em seu ouvido de como ele poderia ser penalizado, mas nem prestou atenção no resto, pois já conseguira o que queria.
— Você não disse que ia me matar? Onde está a sua coragem agora, seu imprestável?
Lee começou a golpeá-lo na cabeça com ferocidade, o juiz correu para impedi-lo de continuar, mas nem mesmo ele foi capaz de conter a fúria. Lee o empurrou para longe e começou a bater, bater e bater. Bateu tanto que três seguranças subiram no ringue para tirá-lo dali, e terminado seu show, ainda finalizou com um chute intenso na cara de seu adversário que praticamente estremeceu no chão, incapaz de reagir.
Agora sim, sentia-se vitorioso. Ergueu os braços e seus músculos saltaram, os flashes piscavam e o público vibrava. O juiz falava bobagens em seu ouvido de como ele poderia ser penalizado, mas nem prestou atenção no resto, pois já conseguira o que queria.
Deu-se início à contagem. Dez. Nove. Oito. Sete. Seis. Cinco. Quatro. Três. Dois. Um. Viva o novo campeão!
Peter Lee ergueu os braços fortes e seus músculos saltaram, a multidão
entrou em êxtase, Wendy acabou se revelando escondida entre algumas amigas e
praticamente pulou em cima de seu herói. Ainda estava brava com ele, mas não
conseguia esconder que era apaixonada por aqueles ombros largos e o peitoral
definido do rapaz.
Peter Lee olhou para o Cinturão Púrpuro que logo lhe seria entregue.
Conquistara o título de campeão em sua região, tinha certeza que seria chamado
para o Sellureville e treinaria o dobro para se consagrar como o ser mais
poderoso dentre todas as raças, mesmo que tivesse que enfrentar monstros com
duas vezes seu tamanho.
De repente, um grito foi abafado. Dois paramédicos subiram no ringue e
foram verificar Ronald Rollout que continuava deitado, imóvel. Um deles retirou
o estetoscópio e verificou os batimentos cardíacos — nulos. A comemoração de Peter Lee fora interrompida.
Quando o outro paramédico verificou a cabeça, notou que o pescoço estava envergado
quase do avesso, quebrado. A respiração de Lee ficou mais pesada, ele olhou
para todas as direções e viu olhares de censura. Próximo à saída, Hugh Burnout
percebera que algo de muito estranho estava acontecendo.
— Vamos leva-lo ao hospital de recuperação
intensa — disse o paramédico.
No momento em que as equipes de
resgate chegaram, Lee conseguiu ouvir um deles dizer:
— Ele já está morto, não adianta.
— O que está acontecendo? — Peter
Lee disse, não escondendo uma risada abafada. — Eu nem bati tão forte, foi uma
luta como qualquer outra.
— Garoto — um dos médicos legistas
enfim levantou-se e dirigiu-se ao mais novo campeão —, é melhor você sumir
daqui agora mesmo.
Peter Lee olhou para Wendy que já
estava bem perto do ringue. Ela recuou dois passos, como se de repente estivesse
diante da maior ameaça de sua vida. A bancada foi reunida para iniciar uma
discussão sobre as possíveis punições, a plateia ainda não entendia
completamente o que estava acontecendo, e Peter Lee soube que jamais teria a
oportunidade de lutar outro torneio em sua vida. Jamais ganharia seu cinturão. Jamais
teria a chance de participar do Sellureville.
Desceu imediatamente do ringue para
conversar com o mestre de cerimônias. Muitas pessoas já se aglomeravam em volta
do estágio para alimentar sua curiosidade, Peter avistou Wendy do outro lado e
tentou alcança-la, mas ela continuava a se afastar desesperadamente.
— Wendy, espera! — gritou. — Não é
o que você está pensando!
— Saia de perto de mim! — a mulher respondeu,
empurrando as pessoas em seu caminho para sair dali o mais depressa possível. —
Você é um monstro! Não consegue perceber?
— Não me chame disso — Lee ergueu a
voz, e pareceu mais agressivo do que gostaria. — Nunca mais ouse falar assim
comigo!
— Ei, cara, deixa ela em paz! —
respondeu um sujeito que vinha chegando por trás em meio ao tumulto e nem percebeu quando o campeão acabou
por acertá-lo no rosto. Por simplesmente sentir raiva.
A bagunça tomou conta do saguão, o
mestre de cerimônia pedia calma enquanto a plateia levantava-se assustada de
seus lugares.
Wendy saiu pelos fundos por onde
somente a equipe técnica tinha acesso e Lee a seguiu. Eles estavam mais uma vez
no beco pouco movimentado onde terminaram seu namoro, a luz num dos postes continuava
piscando exatamente como naquele dia. Quando finalmente a alcançou, Wendy
reagiu de forma violenta, mas incapaz de livrar-se.
— Pare, pare! Está me machucando!
Lee percebeu que segurava o pulso dela
com tanta força que chegou a deixar uma marca vermelha. Nunca antes a agredira,
sequer levantara a mão contra uma mulher; e agora Wendy chorava de forma
alarmante como uma criança prestes a levar uma surra. O rapaz tentou abraça-la
de forma que ela continuou a bater no peito dele, sem conseguir afastar-se por
si só.
— Você é um monstro! E pensar que
um dia eu gostei de você!
— Me desculpe. Eu ainda amo você.
— Mentiroso
— ela berrou em resposta. — Você só diz isso porque precisa alimentar seu ego? Ou
por que já está com saudades de acordar ao meu lado na cama? Como você é
egoísta, Peter! Suma da minha vida, seu monstro seu coração, pois sei que você
não hesitaria em pisar sobre mim para continuar seguindo com sua vidinha
miserável rumo ao topo!
— Isso não é verdade — ele
respondeu com a voz abafada, mas não tinha forças para confrontar. — Retire já
o que disse.
— Nunca. Você é um monstro! Você
matou um homem e não sentiu nada!
— Eu não. Ele só... quebrou o pescoço
quando caiu.
— Monstro!
Lee acertou um soco na parede com
tanta força que ela se desfez, logo ao lado de onde estava a cabeça de Wendy. A
mulher conteve um grito e levou a mão à boca para conter os soluços.
— Você me mataria?
— O quê? — Lee arregalou os olhos. —
Claro que não. Não brinque com isso. Sou idiota, mas nem tanto.
Wendy parou de chorar. Ela o
encarou com a maquiagem toda borrada, e dessa vez Lee podia enxergar medo nela,
como se ele fosse a aberração e estivesse encurralando sua presa.
— Quando foi a última vez que se
olhou no espelho? — ela disse, antes de ajeitar a bolsa debaixo do braço e depois
distanciar-se até desaparecer.
Peter Lee não entendeu a pergunta a
princípio, mas virou-se para a mesma vitrine em que viu seu reflexo na última
vez em que tiveram uma briga. Por trás das marcas de expressão e das contusões,
ele prestou atenção em seus olhos, antes de um marrom escuro, e agora...
vermelhos.
— Não — sua voz chegou a vacilar. —
Não, não, não! Não
pode ser!
Lee apalpava seu próprio rosto,
prestes a arrancar os olhos fora, se pudesse.
— Não, minha nossa, não, por favor —
repetia compulsivamente. — Tudo menos isso.
— Olhos vermelhos. Eu devia ter
imaginado.
Lee virou-se no instante em que viu
Hugh Burnout parado próximo à porta, e provavelmente ele presenciara toda a
conversa mais uma vez. O velho estava com as mãos no bolso e caminhava
tranquilamente com seu jeitão despojado de quem não liga muito para o que os
outros dizem dele. Hugh ajeitou o casaco e foi ao lado de seu pupilo, examinando
o que havia de errado com ele.
— A maldição dos olhos vermelhos — presumiu Hugh. — Você é um deles agora.
— Isso não é possível, o que eu fiz
de tão errado? — praguejou Lee, prestes a chorar, mesmo com todo seu tamanho. —
Eu não sou tão terrível quanto pareço, foi só um acidente!
— O olho vermelho é uma marca dos desconcertados e
cruéis. São capazes de todas as atrocidades imagináveis, não percebeu se nos
últimos tempos você tem despertado um instinto agressivo; tornando-se
sanguinário e violento, muitas vezes só por prazer?
— Nunca!
— Eu
acredito que isto seja uma consequência de seus tempos no exército. Por mais
que você nunca tenha matado alguém, até hoje, há quem desperte tal maldição por
simplesmente desejar o mal. Você esteve muito tempo em contato com energias
negativas. A maldição escolhe.
Lee voltou a encarar-se na vitrine que deformava sua
face. Olhou para suas próprias mãos e viu que elas ainda estavam manchadas com
o sangue de Ronald Rollout. Quase fizera o mesmo com Wendy, e não poderia
suportar o peso de que um dia ferira a mulher que amava.
— Mestre
— ele falou com a voz fraca, e Hugh sorriu ao ser chamado assim depois de tanto
tempo. — O que eu faço agora?
Hugh
retirou sua boina e encarou o céu nublado.
— Filho,
posso me gabar por ser um homem vivido e cheio de experiência nessa vida... Mas,
pela primeira vez, tenho de admitir que eu não sei.
Lee caiu
de joelhos no chão, fechando os punhos com força e começando a socar o asfalto até
que abrisse um buraco nele. Seus punhos nus eram cobertos do vermelho que
espirrava tamanha a força que era usada, Hugh continuava a observá-lo,
pensativo e sem palavras de conforto conforme as lágrimas de seu discípulo
escorriam pelos mesmos olhos que o condenavam a uma vida longa e dolorosa.
Lee namorou uma mulher mais velha,é agora o OTP dos leitores indica ele namorar uma menina mais novo ,conhecidencia ?
ResponderExcluirHugh ,curiosamente,no Fire Emblem é filho no Canas,personagem que originou seu nick,faz bastante sentido ter um personagem com esse nome na historia
Lee ,o ONE KICK MAN e um cara que tem fetiche por pernas ,e agora,foi condenado por uma maldição que me aparenta ser bem ,cruel
Não seria uma história minha se não houvesse pelo menos um casal com uma mulher mais velha, não é? kkkkkkkk Mas agora que sabemos que o Lee é um cara bem sensual e pegador, vamos ver como é que ele reage quando der de cara com uma criaturinha meiga feito a Hayley no próximo episódio!
ExcluirÉ verdade, eu não havia parado pra pensar que Hugh era o nome do filho do Canas! Não joguei a sequência com o Roy, fiquei meio com um pé atrás de ver a galera toda velha, e pior, o CANAS MORTO! Sério, isso acabou comigo na época, um dos poucos personagens que morriam por vacilo dele mesmo... Bom, usuários de magia negra têm de pagar um dia, não é? A única conexão que ambos os Hughs teriam é que os dois são uma espécie de Mage, e pelo sobrenome do cara já dá pra imaginar qual elemento ele controla.
Essa maldição é um dos pontos chaves do livro principal, mas achei que seria bacana inseri-la num especial para que os leitores possam ir aos poucos entendo como ela funciona! Obrigado pela presença, companheiro, foi graças à vocês que estão sempre por aqui que decidi adiantar o progresso e começar a dar mais informações sobre os personagens :)
Sabe qual é o pior de tudo,o Fire Emblem do Roy veio antes do Fire Emblem do Eliwood,ou seja ,Hugh mesmo sendo filho do Canas,veio antes
ExcluirSério? Eu nem sabia, acabei de ver aqui mesmo que o do Roy foi lançado em 2002 e o Eliwood só veio depois em 2003/2004! Que bizarro, é engraçado quando se mistura as linhas cronológicas assim kkkk Pra mim o Eliwood, Hector e Lyndis são muito especiais porque foram meu primeiro contato com Fire Emblem na vida. Antes, o máximo que eu conhecia era o Marth e o Roy justamente porque eles estavam no Super Smash Bros. Melee, foi depois de jogar o Rekka no Ken que eu me apaixonei de vez pela franquia e estou por aí até hoje, até com o pseudônimo kkkkkkkk Antigamente era uma série bem esquecida, tinha um status meio cult tipo EarthBound, mas eu fico feliz que depois de Awakening FE se tornou tão forte quanto as principais séries da Nintendo. Vamos torcer para que venham muitos outros jogos!
ExcluirEu conheci aleatoriamente enquanto via Roms aleatorias,baixei o Fire Emblem Rekka no Ken (ou simplesmente Fire Emblem) é amei ,depois fiquei jogando alguns jogos da franquia
ExcluirA dupla mais engraçada de jogos de Fire Emblem é o 4 e o 5,o 5 se passa na metade do quatro,pro 5 fazer sentido você tem que jogar a metade do 4,parar,jogar o 5 (que é o Fire emblem mais dificil se não contar o Conquest em sua dificuldade maxima e o Awakening Lunatic + ) e continuar o 4,estranho
ResponderExcluirGostei do especial :3 Lee tem um passado interessante, parece ser uma personagem inovadora.
Rollout é um nome de um ataque ''infernal'' em Pokémon, especialmente se for usado por um... Miltank, acho que todos tivemos pesadelos em tentar derrotar Whitney...
Acho que isso foi uma referencia, tipo... Ronald parecia ser bem difícil de derrubar, tal como o Miltank dela.
Ronald lembra o nome Rollout.
Esse Ronald Rollout estava a irritar, ainda bem que ele morreu, minha reacção foi:
https://4.bp.blogspot.com/-rCUm-ocDwIA/V60MqkFIS0I/AAAAAAAAKZ0/r6KOgt9e6XQdEfmXfLKY3XCoC08pYG0ywCLcB/s1600/jsjsjs.png
''Ele nem começara a usar as pernas ainda, e diziam que Peter Lee era habilidoso com elas (especialmente Wendy)''
Eu fui a única pessoa a pensar ''merda'' sobre essa frase?
Excluir''Ele nem começara a usar as pernas ainda, e diziam que Peter Lee era habilidoso com elas (especialmente Wendy)''
Ele nem começou a chutar,Wendy sempre observou o treinamento de Lee,e por isso entendia que ele era feroz com as pernas ,não tem nada de obscuro nessa frase
https://www.youtube.com/watch?v=0kzfXtnVjjg
Fico muito feliz que tenha gostado, Shii! :3 Quando é que você vai começar a falar um pouco mais sobre os seus também? kkkkkk
ExcluirRollout a princípio seria o nome de monstro que eu usaria beeeem lá pra frente, mas decidi colocar nesse cara também porque Ronald e Rollout tinham uma sonoridade parecida como você mencionou, e esses lutadores famosos parece que estão sempre usando apelidos assim, tipo Jon "Bones" Jones kkkk Se ele era como a Miltank da Whitney, então tinha que ter dado BEM MAIS trabalho para o Lee. Aquele Miltank é o demônio em forma de Pokémon! kkkkkkkkkk
Você pensou em besteira? Mas por que? Foi apenas uma descriçãozinha... inocente ( ͡° ͜ʖ ͡°) Não é como se tivesse alguma coisa escondida, o Menino Donnel manja das coisas! hahahahahhaha
A MILTANK DA WHITNEY
ExcluirMiltank da Whitney é um dos 12 escolhidos de Arceus,pokemons normais que tem poder superior aos pokemons normais,Miltank da Whitney foi a pokemon que acabou com a guerra entre humanos e pokemons,usando um Rollout que dividiu os continentes,ela escolheu a Whitney porque a liga de Johto era a mais fraca,o Miltank hoje em dia não luta com seu poder total,utilizando apenas 1% de sua capacidade,seu melhor amigo,Kingdra,tambem escolheu uma líder de ginásio de Johto como parceira,a Clair
Eu sempre levai algumas descrições meio para o lado do mal...
ExcluirEu não demonstro muito mas estou sempre a pensar nesse lado! kkk
E que esse Ronald Rollout não acabe por renascer ou algo assim, e que esteja morto bem mortinho, porque eu não fui com a cara dele e não quero ver mais esse personagem kkkk
Eu gostei do especial porque está bem ''maduro'', vocabulário inapropriado tipo ''merda'', que é uma palavra proibida em livros infantis, descrições bem violentas... vai escrever nesse estilo só nos especiais do blog ou vai usar no livro? Se for usar no livro tenha em conta a sua classificação, já que disse que era livro infantil em algum sitio (não tenho a certeza).
É assim, eu não importo ver uma criança ler coisas com violência e esse vocabulário por vários motivos, mas existe editoras e pessoas que podem levar isso muito em conta.
***E é claro que numa historia de fantasia é meio para impossível evitar violência, e mortes(especialmente de lutas contra monstros), mas o melhor é tentar colocar uma classificação razoável por exemplo maiores de 12 anos para evitar uma confusão. Mesmo assim a maioria das crianças não liga para isso, eu sinceramente li muita coisa violenta quando eu tinha 6 anos, mas os pais podem dar algum género de valor(ou não)
ExcluirEssa questão da idade é algo que tem tirado o meu sono, Shii. Não sei bem como funciona a classificação aí em Portugal, mas no Brasil não existe algo específico que dite: Este livro foi feito para maiores de 14 anos. Nós meio que só separamos a classificação em jovem, adulto, infantil e por aí vai. Não é tão restrito quanto os filmes, mas é exatamente a questão de que ainda estou indeciso que tem me incomodado! Eu não quero escrever um livro para crianças, não consigo. Gosto de colocar palavrões quando é conveniente, gosto de colocar indiretas como essa das pernas do Lee, de falar sobre sexo e relacionamentos intensos, e isto é uma das minhas características mais fortes na hora da escrita, como vou tirar tudo isso? D:
ExcluirJá passei por uma editora que fez exatamente a seguinte pergunta: "Quantas palavras de baixo calão contém o seu livro? Relate todas elas" Eu acho que havia umas 8 partes pelo menos, nada muito grande se contarmos que o livro tem 430 páginas, mas ainda sim, preciso deixar bem claro para os editores que não se trata de um livro 100% infantil, por isso tenho enviado como "juvenil".
Creio que a melhor definição que encontrei foi essa: Este é um livro para adultos com coração de criança. Talvez jovens ainda, algo entre 16 e 20 anos que se encantam com magias e fantasia, mas também têm maturidade o suficiente para entender cenas de sexo e brincadeiras do tipo. Ah, qual é, somos pessoas maduras! Não precisamos mais ter vergonha de falarmos sobre esse tipo de assunto, eu também estou pensando nisso o tempo todo e acabo refletindo isso diretamente nos personagens kkkkkkkkk
O especial do Lee e da Hayley é voltado para o romance, por incrível que pareça. Aqui no blog tenho muito mais liberdade e posso escrever o que eu quiser, logo, você vai perceber que coloco mais palavrões e tenho mais liberdade em tratar cenas de violência kkkkk Mas admito que no livro tentei me controlar. A violência também está bem sutil, o Ralph é apenas um garoto de 15 anos com uma espada de madeira, então ele não consegue matar ninguém de verdade, eles disputam entre si. Mas estou pensando seriamente em mudar isso no segundo, onde começarei a introduzir a guerra e, bem, armas de madeira não terão mais efeito algum kk Por hora, minha maior vantagem é ter o blog para postar o que eu quiser! Tanto é que foi por isso que decidi falar do passado de todos personagens aqui, por mais importante que fossem, onde tenho total liberdade :)
Eu não consigo fugir de cenas taradas e relações violentas entre personagens, mas como sou muito mais inexperiente na escrita uso a minha falta de capacidade para descrições como uma desculpa de evitar isso. kkk
ExcluirUma das minhas antigas ideias era fazer a Agnes matar com suas chamas o próprio pai, eu decidi mudar isso porque agora devido a umas mudanças na trama não fazia sentido e era muito assustador e realmente violento, isso iria fazer parte da principal mensagem que eu queria mostrar, mas decidi tentar transmitir isso de uma forma mais... suave, sem que as pessoas coloquem um processo em cima de mim.
Sobre o Valter eu não vou comentar mas é algo realmente medonho para uma criança.
Minha historia está cheia de frases com sentido sexual, também estou cheia de personagens bêbadas, alguns drogados, e um bando enorme de Assassinos, os próprios Vilões de meu livro são muito Dark, que usam o sangue derramado de suas vitimas para desenhar símbolos macabros nas paredes.
E eu ainda nem falei dos símbolos que penso usar, ai é que vão mesmo ver alguma instituição religiosa a usar as chamas da Agnes para queimar meu livro, ou então eu mesma. (Eu sei que tenho que ter cuidado com algumas coisas, mas essa sou eu, não consigo evitar!)
Eu também não entendo muito sobre classificações, mas acho que o mais indicado é realmente o Juvenil, porque jovens começam a procurar violência, sexo e essas coisas assim, e como muitos jovens ainda estão naquela fase de deixar ou não de ser criança, uns ainda preferem ler coisas suaves com um toque infantil, pelo menos é o que eu vejo por ai!
Se pararmos para olhar os livros de hoje em dia, é até difícil dizer o que é considerado "violento" para o público, né? Por exemplo, eu acho Jogos Vorazes MUITO violento, a primeira vez que assisti e vi as crianças se matando eu pensei: "Porra! Qual a faixa etária disso?" E pelo que vejo, a maioria que lê o livro têm por volta de uns 14~16 anos. Nada que eu já escrevi sequer chega aos pés desse tipo de violência e matança, não posso opinar nos livros porque não os li, mas acho que por mais que coloquemos drogas, bandidos, assassinos e rituais, a faixa etária ainda não sobe tanto por ser considerado algo, digamos... normal kkkkkkk Faz parte do universo medieval, é só ver alguns seriados feitos para adultos e quem está assistindo de verdade são os jovens!
ExcluirAcho que no fim das contas as pessoas precisam sentir medo dos vilões, então não haveria problemas em criar uma espécie de seita das trevas kkk Eu também vivo disparando indiretas sobre religião, algo que uma criança dificilmente compreenderia, mas quem ler o Matéria com olhos atentos com toda certeza vai enxergar essa visão e entender a mensagem que quero passar.
Pra ser bem sincero, estou muito ansioso para ouvir que tipos de críticas receberei. Se vão criticar meus personagens, a infantilidade, o exagero ou a falta de descrições... Não dá para saber se as pessoas vão odiar ou amar uma história, na época de Sinnoh tive um feedback muito positivo, mas falando do público literário a coisa realmente fica séria kk Será que estou preparado? Será que ainda preciso melhorar? O jeito é ir escrevendo aos poucos, e realmente colocar ali tudo que gostamos, fazer com amor. Se nenhuma editora aceitar, sempre existe o método de publicação independente, e até mesmo o blog ou plataformas como a Amazon para lançarmos a história no formato de ebook. Vamos ver como as coisas seguem, o importante é termos a mensagem que queremos passar em mente e não nos desviarmos dela, por mais que nem todos a compreendam, com toda certeza haverá alguém que concorda.
E no final de contas vemos também crianças com menos de 10 anos a jogar jogos de pancada para maiores de 18.
ExcluirEu acho que não importa a idade, e sim a maturidade da pessoa, tipo, conheço pessoas bem serias com 12 anos enquanto que eu com essa idade era uma criança autentica kkk
Mas se pensar-mos nessa lógica seria muito mais complicado classificar algo.
Eu ainda tenho muitas ideias que são rascunhos apenas, eu vou tentar ser menos dark, eu realmente queria ver o Rei de Dreamian morrer nas chamas da própria filha, mas vou evitar a ideia kkk
Eu tenho que me conter, porque eu sou tipo isso:
http://i3.ytimg.com/vi/frlDkcG8Z9E/hqdefault.jpg
(Por algum motivo acho a imagem que eu fiz com meu Félix me representa mais)
https://2.bp.blogspot.com/-rCUm-ocDwIA/V60MqkFIS0I/AAAAAAAAKZ4/L76ZrK-5Z0Q3WOGpnUXGiWNXEV9I-1MZgCPcB/s1600/jsjsjs.png
Jogos Vorazes é considerado para um publico juvenil, eu não li mas vi um dos filmes e já ouvi falar umas coisas muito dark sobre, e se isso foi publicado, então os nossos livros podem ser publicados nessa faixa etária á vontade! kkk
Mas é claro que tem a ver com a editora e o próprio pais, uns podem aceitar essas condições melhor do que outros.
Na minha terra as crianças e adultos assistem programas de ''noticias'' sobre pessoas morrendo,pais matando os filhos,filho matando o pai,ex - namorado matando a ex,detalhe,na hora do almoço
Excluiracho que aqui não temos esse problema com idade
Donnel, aqui também, e eu já perdi a conta dos filmes pornográficos, violência excessiva, que passa na tv praticamente todo o dia, pior que um simples livrinho que só tem mais de 10 palavras supostamente improprias e umas frases sexualmente transmissíveis.
ExcluirEu sinceramente não me importo de deixar uma criança ver esse tipo de conteúdo porque eles praticamente já procuram de livre vontade, na Internet longe da visão dos pais entre outras coisas, porque é bem acessível... O problema está nas pessoas que não compreendem isso, que querem proteger demasiado os filhos da verdade e do mundo ou então da forma que eles estão criados e crescem... As crianças dos dias de hoje já não são tão inocentes como antigamente, acho que todos conhecemos casos de meninas com 14 anos gravidas, pessoas com 10 anos que andam por ai com álcool na mão em festas entre outras coisas consideradas graves... Eu praticamente com essa idade ainda brincava com bonecas kk Crianças estão a crescer mais rápido do que parece, até rápido demais, por isso um livro ''violento'' classificado como infantil/juvenil para mim não tem problema.
Em fim... Minha opinião.
O que importa não é a idade,e sim a maturidade,ambos os livros são de fantasia,tipo ,não é como se um lagarto caçasse tesouros por ai ou uma princesa jogasse magias extremamente destruidoras
ExcluirE sobre a parte da guerra ,eu acho que as pessoas deviam ver o outro lado,que a guerra não é tão legal quanto vemos na ficção, não é só batalhas epicamente épicas,tem tambem as perdas e o resto
O problema é que quando vamos classificar um livro nem todos os editores pensam assim, tipo... Eles não querem saber se uma pessoa de 8 anos é extremamente dedicada e sabe o que é sexo, morte, violência... O que interessa é que a idade 8 anos é classificada infantil, deve ler coisas sobre animais falantes sem violência nem nada por exemplo, e que não podem ver esse tipo de conteúdo maduro.
ExcluirPor isso os eu acho que os livros deviam ser classificados como os filmes, existe a categoria ''para toda a família'', ou seja, dos 5 anos até... sei lá, 80 anos, inclui jovens, crianças e adultos.
Os Filmes de animação da Disney por exemplo são todos classificados assim, e olha o que temos, não é nada nem muito infantil, nem muito violento, é um equilíbrio perfeito, algumas cenas dos filmes são bem violentas e outras nem tanto. Vou dar um exemplo clássico, Rei Leão (tanto o primeiro filme como as sequelas), onde num clima infantil vemos leões em lutas violentas, sem contar quando Scar mata o irmão.
Poxa, fiquei fora esse fim de semana inteiro e não pude participar da conversa! kkkkkkkkk
ExcluirDonnel, algo que tenho muita vontade de mostrar mesmo é este lado cruel das guerras! Pensar em guerras nos livros de história e canções sempre soa poético, no primeiro livro vemos o Ralph como um garoto que sonha em ir para a batalha justamente por se encantar com todas essas histórias que lhe contavam, mas a partir dos próximos volumes estaremos mais imersos nesse contexto cruel e violento, que é justamente onde a faixa etária vai ter que aumentar. Mas ainda me encanto quando uma trama mostra tanto o lado dos mocinhos quanto dos vilões, a Liga Pokémon do Aventuras em Sinnoh não teria impacto algum se os inimigos fossem apenas Pokémons comuns, mas durante quase um ano eu construí os Remarkable Five justamente para que a luta final entre eles fosse épica, e pelo visto deu certo! Gosto de desenvolver meus vilões e antagonistas melhor do que qualquer outro, e vivo buscando motivações que vão além de praticar o mal ou conquistar o mundo kk
Uma de minhas maiores vontades é que os leitores cresçam com meu livro, que possam ver um personagem jovem como eles que vai seguindo, errando e aprendendo como todos nós. Se o Ralph começou com 15, eu gostaria de tentar fazer com que ele termine a história com 18 ou pelo menos 20. Vamos ver se consigo correr com minhas publicações também! kkkkkkk
Conquistar o mundo é algo tão clichê,vilões assim são vazios,dois exemplos que eu posso dar de ''vilões'' que eu gosto nas minhas franquias favoritas ,Camus (Fire Emblem) ,que mesmo estando errado,luta pela fidelidade ao seu rei , e o N (Pokemon ) que assim como a Team Plasma,é manipulado pelo proprio pai,e no jogo todo ele acha que esta construindo um mundo melhor para os pokemons,a família de N
ExcluirTEORIA DA CONSPIRAÇÃO
Esse crescimento do Ralph simboliza o crescimento que o autor teve,uma criança em seu mundo fantasiozo ,que enfrentou as guerras que simbolizam a vida adulta e amadureceu,junto com a sua historia
Team Plasma é uma das melhores, se não a melhor, Team vilã em Pokémon por sua historia, desenvolvimento de personagens e originalidade, tudo bem que os objetivos por detrás disso tudo acabaram por ser dominar Unova, mas bastou alguns dos próprios membros da Team e o N ter sido enganado e pensar na Utopia de um mundo de liberdade para Pokémon e os que sabiam dessa ideia manipularem os outros. Além disso em BW2 temos 2 Team Plasma, a do bem que continua fiel a seu rei N e a do mal que quer congelar tudo.
ExcluirEu ainda estou com dores de cabeça para tentar saber como vou usar a minha seita das trevas, acho que, tal como a Team Plasma, o que vai impressionar nos meus é o relacionamento entre personagens e a manipulação, e não os seus objetivos ou supostos objetivos, mesmo assim eu ainda tenho muito em que trabalhar.(Eu espero não estar incomodando o Canas em conversar sobre a minha historia/experiência aqui...)
Minha historia vai ter (em principio claro que eu ainda vou ter que melhorar minhas ideias) pessoas desenhando símbolos com sangue de suas vitimas nas paredes, e uma criança vai matar um adulto, acha isso normal? É tanto ''violento'' como uma guerra, talvez guerras é pior se formos para o lado mais realista... Tipo... Pessoas gritando com as tripas de fora, sem braços, guerreiros a morrer mergulhadas em poças de sangue...
O Melhor vilão da franquia no solo,eu diria ser o Giovanni no mangá adventures,eu não sei se você leu,mais ele tem uma motivação bem profunda e bem bonita,ele se tornou mal por um motivo,mesmo a Equipe Rocket como um todo ainda sendo mal
ExcluirSeita das Trevas depende muito do contesto e como você trabalha, elas são muito crueis e normalmente tornam os herois em vilões,além de deixar exposto muito facilmente quem é o vilão (Na maioria dos casos,quando ela é revelada)
Normal não,porem é ficção,eu tava começando a ler '' As cronicas de gelo e fogo '' ou GoT,e logo no primeiro livro
SPOILER
Ele te taca um filho natimorto na cara,é depois tem a morte do PROTAGONISTA do livro
BEST THEORY EVER, DONNEL! kkkkkkkkkkkk Basicamente essa é a ideia do livro mesmo, mais do que uma aventurinha normal num mundo imaginário, é uma jornada sobre a vida. Há uma frase que gosto muito do escritor Karl Ove Knausgaard, que diz: "Poderíamos ter um nome para cada etapa da vida, como um título para definir o que fomos e o que nos tornamos." Eu espero que os leitores consigam sentir tudo isso que desejo passar.
ExcluirNão se preocupe, Shii, gosto desses bate-papos que vocês costumam fazer aqui no blog, sejam sempre bem vindos kkkkkkkk Sobre a sua seita maligna, eu acho que o problema das pessoas não é exatamente com a crueldade aplicada, e sim, com qual personagem você fará. Por exemplo, por mim não é problema uma criança matar um homem num ritual sinistro. Às vezes esse personagem era pouco importante, ou ninguém tinha afeto por ele, as pessoas não vão ligar se ele morrer e sua morte mal será lembrada. Mas matar um protagonista dessa forma poderia assustar o público, ou então o oposto, um adulto matar uma criança como acontece em Game of Thrones (mas não tem nem como compararmos com Sir George Martin, não é? kkk) É aquela coisa: se um vilão morrer e sofrer por seus erros, isto trará um estranho deleite aos leitores, eles se sentirão felizes com o triunfo do bem. Acredito que isso os livros aceitem bem, e essa lição é vista há muuuuito tempo, seja em contos infantis ou até desenhos animados como vocês mencionaram lá em cima.
TEORIA DA CONSPIRAÇÃO
ExcluirEu me baseei em uma outra teoria,que é a da '' Lukirisse is real '',em um comentario você disse que Pokemons e humanos são iguais,e no epilogo conta que a Glory tinha terminado com o Conde,então a Clarisse terminou com o Lucio , o motivo desse termino além da personalidade dos dois ,é o interesse da Glory na Wiki,se a Wiki for o Luke,já que ambos tinham um relacionamento com as personagens,o Luke e a Clarisse voltaram
Acho que o tipo de vilão que eu gosto,ou é um antagonista frio e calculista,ou um vilão com valores,é que não seja bem um vilão , e sim alguém que tem um ponto de vista diferente do protagonista
kkkkkkkkkkkk É uma teoria muito interessante cara, mas seria melhor compreender cada Pokémon não exatamente como seu treinador, mas uma parte dele. Se vermos o Aerus ele realmente é o Luke escrito, é a parte mais forte dele, por outro lado, temos o Mikau que representa a Megalomania e é uma parte que ficou para trás. A Wiki é uma parte dele que ficou no passado, tanto é que Luke e Clarisse já se pegaram e ainda guardam certo carinho um pelo outro, entende? Não dá para dizer que eles voltam, mas quando você fica com alguém sempre rola um sentimento, tanto que isso era espelhado diretamente na Wiki e na Glory. Ainda sim é uma teoria bem interessante! kkkkkkkk
ExcluirAh, ainda não consegui inserir meus melhores vilões no livro, não tenho ninguém que se encaixe nesse perfil que você falou! Tanto é que costumo chamá-los apenas de Antagonistas, são caras com uma visão diferente, mas que em momento algum pensam apenas em espalhar o mal ou causar discórdia, eles meio que só estão lá de boas fazendo a parte deles kkkkkk Se pararmos para ver, será que esses antagonistas são realmente os "vilões" da história?
O Vilão é aquele que mais causa destruição na humanidade,por exemplo,os herois fizeram uma matança de pessoas que são consideradas '' vilões '',e que provavelmente não tinham nenhuma intenção maligna,so estão ali servido seu rei,ou seja lá o que for,a mesma coisa do '' Heroi '' , que luta pelos seus ideais,porem aquele soldado provavelmente mataria pessoas que não estão envolvidas com nenhuma pessoa maligna , ou seja ,ambos Heroi e aquele soldado,lutam pelos mesmos ideais ,porem o lado do Heroi favorece os humanos
ExcluirA guerra não escolhe lado,por isso eu gosto de '' vilões '',eles te botam para pensar se realmente aquilo que você pensa é errado ,mostrar outro ponto naquilo que você acredita ,mostrar que aquilo não é simplesmente um Heroi x Vilão
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Vocês tem ai umas teorias/opiniões bem interessantes, obrigado, acabei por ficar com umas ideias aqui! kkk
ExcluirEu amo vilões que são considerados vilões mas no final de contas não querem exatamente o mal, e por um lado até ajudam o protagonista, gosto que eles sejam personagens com passado interessante e que tenham motivos exatos para aquilo que estão a fazer.
E já agora, é impressão minha ou tem muito homem malvado e poucas mulheres do mal?
Os vilões para mim são algo que me dão uma dor de cabeça, eu quero uma seita das trevas, eu quero assassinos, mas agora qual o motivo deles matarem tudo? Vingança e conquista do mundo que é o que faz mais sentido nisso mas ao mesmo tempo é algo muito enjoativo/demasiado usado.
Eu sinceramente não me importo de ver protagonistas morrendo, ou o próprio antagonista, por um lado fica ''diferente''(na parte morte de protagonista) e talvez dá para tirar umas lições bem interessantes de lá, mas depois ficamos a chorar baba e ranho porque gostávamos dessa personagem... Mas também é conforme a forma como a personagem e sua relação é trabalhada, se o protagonista por fim acabar sendo um filho da puta qualquer eu quero que ele morra.
Assassinos não são tão do mal,eles só estão fazendo o trabalho deles,normalmente os Vilões tem mais lucro,eles conseguem exércitos de mercenários e assassinos
ExcluirTambem depende muito da morte,não é só matar e pronto,o protagonista e antagonista são personagens que influenciam no enredo do livro,se ele morrer ,vai alterar tudo ,um antagonista que se arrepende ou um protagonista que salva seus amigos,esse choque que te deixa triste
E aí? Beleza?
ResponderExcluirEstou ansioso para a parte 2, então lance logo, quero ver como isso vai prosseguir e como Lee vai proceder em relação a continuação dos eventos já apresentados.
Té mais!
Obrigado por vir comentar, Sir! Se tudo der certo semana que vem estamos aí com a segunda parte que revelará um lado mais humano do Lee, além de inserir a Hayley, que é o que a galera mais está no aguardo kk
ExcluirComo eu sou lento, só percebi o que havia acontecido quando Lee disse: "— Não — sua voz chegou a vacilar. — Não, não, não! Não pode ser!"
ResponderExcluirFicou muito maneiro a primeira parte da história dele, mal posso esperar pela continuação *-*
kkkkkkkkkkkkk Pelo menos algumas peças começam a se encaixar para você agora, não é? Não tive muita chance de aproveitar o Lee e a Hayley no livro como deveria, mas dependendo da repercussão deles quero melhorar isso no segundo volume e desenvolver bem mais a trajetória dos secundários.
ExcluirValeu por vir comentar e por me ajudar tanto no desenvolvimento dessa história, companheiro! Um dia ainda veremos todos esses personagens se tornarem conhecidos e sentiremos orgulho deles :')