Auroon: Vestígios do Amanhecer [Resenha]
"Auroon é um mundo dividido por seis grupos elementais representados por cada força da natureza que o rege. O Trono das Sombras, um grupo elemental que tenta obter maior território em Auroon e exterminar os outros grupos, está novamente prestes a iniciar uma guerra, a guerra que todos temiam e se preparavam desde seus nascimentos.
Perdida em uma imensa floresta, Maggie é resgatada por três jovens. E em meio a esse clima hostil de pré-guerra, Maggie e seus três novos amigos tentam encontrar respostas sobre a identidade e memórias dela.
Maggie se aventura em treinamentos e batalhas enquanto enfrenta seus medos e conflitos internos com a ameaça de suas lembranças voltando, atormentando-a por meio de sonhos e visões."
Autor(a): Douglas L. Rosa
Editora: Publicação Independente
Lançamento: Dezembro de 2018
Altura e largura: 23 x 16 cm
Número de páginas: 270
Gênero: Aventura, fantasia, ficção, juvenil
Por que escolhi essa obra?
Por muito tempo eu me perguntei se devia ou não publicar meu livro no Wattpad, pois minha primeira experiência havia sido desastrosa, mas admito que dar uma chance abriu novas oportunidades. O Wattpad é um ótimo lugar para se compartilhar projetos pessoais e conhecer novos escritores, só é preciso estar aberto a isso, não adianta postar e ficar escondido esperando os comentários chegarem, vá em frente e leia outros trabalhos também, divulgue, aprenda! Um dos autores mais legais que tive a chance de conhecer foi o Douglas, nós dois começamos a postar nossas histórias praticamente juntos e compartilhávamos de interesses semelhantes na questão da narrativa e influências na criação dos nossos universos.
Apesar das minhas postagens terem sido interrompidas ainda no Capítulo 10 (fiz o que chamam de "degustação", onde os leitores podem conhecer o estilo de escrita do autor e ler a obra de antemão para saber se ela os agrada antes de comprar), o Douglas seguiu firme e forte sua trajetória, conquistando novos leitores aos poucos até concluir sua primeira obra. Um tempo mais tarde, ele veio me contar que estaria finalmente publicando uma edição física e eu não poderia perder a chance de conferir o resultado do seu trabalho, até porque eu não tive a chance de terminar de ler Auroon na época do Wattpad e estava morrendo de curiosidade para saber que fim levaram os personagens que tive a chance de conhecer.
Capa, Design e Editoração
Na minha opinião, uma das partes mais legais de se trabalhar em um livro é todo o processo que se inicia depois que a escrita termina. É hora de começar a pensar na capa, revisão, diagramação, fonte, ilustrações; tudo que o fará ficar com sua cara, apesar de que que, para muitos, é aqui que começa o pesadelo. É preciso investir, encontrar profissionais adequados, ou apenas pagar pelos serviços de uma editora — se o livro não causar uma boa impressão pelo seu exterior quem vai querer ler o que há dentro?
Lembro-me de quando o Douglas me mostrou a capa de Auroon pela primeira vez, eu fiquei impressionado! Ele até me enviou um vídeo onde ela apareceu no Top 30 de capas de livros independentes, o que é muito recompensador. A capa é um super trabalho da Gaby Firmo, que fez um belo uso das cores realçando os olhos e o cabelo que tanto caracterizam a Maggie e seu colar que é uma peça fundamental. A edição ainda conta com um incrível mapa colorido que nos permite conhecer mais a fundo as localizações de Auroon, algo indispensável em uma boa fantasia, apesar de que por vacilo da gráfica ele tenha saído com algumas bordas cortadas.
A publicação independente tem suas vantagens — ela permite que o autor tenha mais controle da obra e faça tudo no seu tempo sem se preocupar com prazos ou pré-vendas realizadas por algumas editoras, além de escolher quais profissionais trabalharão no seu livro. A diagramação e revisão fica por conta da Amanda Salles que fez um belo trabalho, apesar de que um dos problemas que posso apontar na narrativa é quanto a repetição de pronomes como "ele" e "ela", palavrinhas em excesso que poderiam ter sido poupadas com uma refinada no texto e outros errinhos de digitação que sempre escapam, o que pode ser facilmente corrigido em futuras impressões.
O papel utilizado é chamado avena e muito se assemelha ao pólen. O acabamento também é ótimo, eu adorei os detalhes no rodapé das páginas que trazem um símbolo representante de cada um dos elementos de Auroon. Excelente trabalho dos envolvidos!
Lembro-me de quando o Douglas me mostrou a capa de Auroon pela primeira vez, eu fiquei impressionado! Ele até me enviou um vídeo onde ela apareceu no Top 30 de capas de livros independentes, o que é muito recompensador. A capa é um super trabalho da Gaby Firmo, que fez um belo uso das cores realçando os olhos e o cabelo que tanto caracterizam a Maggie e seu colar que é uma peça fundamental. A edição ainda conta com um incrível mapa colorido que nos permite conhecer mais a fundo as localizações de Auroon, algo indispensável em uma boa fantasia, apesar de que por vacilo da gráfica ele tenha saído com algumas bordas cortadas.
A publicação independente tem suas vantagens — ela permite que o autor tenha mais controle da obra e faça tudo no seu tempo sem se preocupar com prazos ou pré-vendas realizadas por algumas editoras, além de escolher quais profissionais trabalharão no seu livro. A diagramação e revisão fica por conta da Amanda Salles que fez um belo trabalho, apesar de que um dos problemas que posso apontar na narrativa é quanto a repetição de pronomes como "ele" e "ela", palavrinhas em excesso que poderiam ter sido poupadas com uma refinada no texto e outros errinhos de digitação que sempre escapam, o que pode ser facilmente corrigido em futuras impressões.
O papel utilizado é chamado avena e muito se assemelha ao pólen. O acabamento também é ótimo, eu adorei os detalhes no rodapé das páginas que trazem um símbolo representante de cada um dos elementos de Auroon. Excelente trabalho dos envolvidos!
A história de Auroon começa quando Maggie desperta em uma floresta, sem ideia alguma do seu passado ou de como foi parar ali. Ela precisa de ajuda, mas percebe estar em um mundo muito diferente do que estava habituada. Suas dúvidas continuam a assombrá-la: De onde ela veio realmente? Será que pertencia mesmo àquele lugar?
Sua busca pelas memórias perdidas se inicia quando Maggie conhece seus companheiros de viagem — Flêur, Guido e Dandara, os três amigos servem como os guias ao leitor para Auroon e ajudam a protagonista a trilhar seu caminho, cada um se fortalecendo e ganhando mais confiança em suas próprias habilidades conforme a trama progride. Dandara é uma guerreira forte e precavida do povo da terra; Flêur é o mais experiente e sensato, um pouco desconfiado, mas precavido e sempre em busca de se aprimorar; enquanto Guido é mais enérgico e espontâneo, o coração do grupo, apesar de sentir-se incapaz e inseguro diante dos demais.
Sua busca pelas memórias perdidas se inicia quando Maggie conhece seus companheiros de viagem — Flêur, Guido e Dandara, os três amigos servem como os guias ao leitor para Auroon e ajudam a protagonista a trilhar seu caminho, cada um se fortalecendo e ganhando mais confiança em suas próprias habilidades conforme a trama progride. Dandara é uma guerreira forte e precavida do povo da terra; Flêur é o mais experiente e sensato, um pouco desconfiado, mas precavido e sempre em busca de se aprimorar; enquanto Guido é mais enérgico e espontâneo, o coração do grupo, apesar de sentir-se incapaz e inseguro diante dos demais.
Em um súbito ataque à Florestal Central, descobrimos que Auroon é um mundo assolado por constantes batalhas e disputas por território com o Trono das Sombras que visa expandir seus domínios. Os heróis são levados a diferentes localidades enquanto somos inseridos no contexto dos povos elementais, com ricas descrições que nos ajudam a mergulhar nesse universo fantástico. O leitor também é apresentado a diversos outros personagens importantes como Uriah, Nommo e Anuar — companheiros de batalha, líderes, guardiões — que fazem a trama se movimentar; mas também conhecemos muito do lado dos vilões e suas ambições. Enquanto isso, Maggie segue seu treinamento intenso e descobre pouco a pouco do que é capaz.
""[...] Este mundo é composto por seis grupos elementais. Esses grupos são regidos por forças da natureza que formam Auroon. São elas: Água, Terra, Ar, Floresta, Luz e Escuridão. Essas forças devem estar em perfeita harmonia para que este mundo não se destrua — Guido, Capítulo 3.
A leitura é bem simples e direta, com a guerra no encalço são raras as ocasiões onde os personagens discutem qualquer coisa que não tenha relação com Auroon, eles estão constantemente treinando e se preparando para o que está por vir enquanto tentam descobrir mais sobre o passado de Maggie.
O livro é recheado de batalhas, os ataques são repentinos e frequentes, é tensão o tempo todo! Há uma gama de personagens que cumprem bem o seu papel para dar a ideia da dimensão da batalha, e que embora Maggie seja uma peça fundamental, ela nunca poderá vencer sozinha. Os duelos se tornam grandiosos com a aproximação da última batalha — que acontece mais ou menos em 3/4 do livro, o que nos deixa com uma pulga atrás da orelha, afinal, que outras revelações poderão acontecer nas páginas finais? —, vemos heróis e vilões caírem, os companheiros de Maggie têm seu próprio desenvolvimento enquanto a protagonista cresce e evolui a cada capítulo, talvez em uma velocidade até maior do que os demais. O mais incrível para mim foi na conclusão, porque é quando somos apresentados a uma nova visão desse universo que é muito maior do que imaginávamos! A experiência em Auroon que começou no Wattpad deixa uma sensação de dever cumprido, o livro abre um gancho para continuação, ainda que tenha fechado as devidas pontas necessárias e introduzido tudo que precisávamos saber nesse volume.
Sobre os Personagens
*Opa! Aqui haverão alguns SPOILERS, então leia a seu critério!*
Para começar, preciso falar de um dos meus personagens favoritos: Tholgro, o grande antagonista da jornada. Ele aparece ainda no começo do livro, o que permite gerar um pouco mais de empatia por esse figurão maligno. Tholgro possui seus próprios generais — os Guias das Sombras — que tentam manipulá-lo tendo em vista que ele é muito novo, eles visam conseguir seus próprios objetivos enquanto Tholgro sofre diante de seu passado que é uma das peças fundamentais na construção do personagem.
Ao meu ver, foi um ato muito justo Tholgro ter sido poupado. Nada me tira da cabeça que ele era apenas incompreendido, alguém que cresceu em um meio cruel e nunca aprendeu valores como empatia que nos definem como viver em sociedade, ele tem um grande potencial para ser explorado mais para frente.
Maggie foi quem mais evoluiu em toda sua trajetória, o ápice para mim foram as memórias de sua vida na terra, antes de vir para Auroon. A revelação de que existem outros mundos é genial, e ela tendo a capacidade de controlar os portais abre uma infinidade enorme de possibilidades para a continuação! Sem sombra de dúvidas minhas parte favorita.
Flêur é outro que teve um excelente desenvolvimento, lembro de quando eu brinquei com o Douglas que achei engraçado um personagem forte como ele ter o nome de Flor em francês, mas o autor brincou que seu sobrenome também é de uma flor, Rosa! Flêur é quem mais cresce dentre os três amigos de Maggie, fiquei com o coração na mão quando ele estava à beira da morte. Sempre senti que ele e a Dandara tinham um bom entrosamento, então fiquei contente de ver que meu shipp era real. *risos*
Eu gosto da forma como os personagens de Auroon buscam sempre melhorar e se ajudar, vejamos o Guido por exemplo que segue no seu próprio ritmo e acaba colaborando com o que estava ao seu alcance. Por sinal, quando Guido se declarou para a Maggie e ela não pôde aceitar seus sentimentos, foi um gesto muito maduro. Não há como empurrar um sentimento onde não existe, e apesar dele ter ficado abalado, mostra como todos os personagens evoluíram desde que se conheceram.
Eu gosto da forma como os personagens de Auroon buscam sempre melhorar e se ajudar, vejamos o Guido por exemplo que segue no seu próprio ritmo e acaba colaborando com o que estava ao seu alcance. Por sinal, quando Guido se declarou para a Maggie e ela não pôde aceitar seus sentimentos, foi um gesto muito maduro. Não há como empurrar um sentimento onde não existe, e apesar dele ter ficado abalado, mostra como todos os personagens evoluíram desde que se conheceram.
Eu imagino que em futuros volumes os treinos diminuirão e haverá mais espaço para explorar o desenvolvimento de algo maior entre esses quatro, eu diria até mais pessoal. Eles formam um belo grupo e têm potencial!
Considerações Finais
Auroon é uma fantasia recheada de poderes místicos, e mesmo que não haja nenhuma raça peculiar ou magia complexa, é um mundo que se assemelha muito ao nosso em diversos sentidos. Histórias de fantasia tentam sempre nos mostrar algo próximo da realidade, onde por trás da magia há conceitos universais como a luta por um bem maior, perseverança e até perdão. Quando se constrói um universo fantástico, um dos pontos que mais adoro são as interações entre os personagens e como eles lidam com fatos corriqueiros que soam tão diferentes para alguém de fora como Maggie. Auroon não é mundo muito complexo de se imaginar, eles são muito apegados à fauna e a natureza, assim como os próprios elementos, enquanto os vilões só querem expandir seu domínio. Fica clara a mensagem de que a guerra só traz sofrimento, mas precisamos nos unir para combatê-la. Maggie pode até não parecer a "escolhida", mas ela se esforça até o final conforme vai ganhando mais confiança em si mesma. Os personagens são cativantes e o final abre um leque de oportunidades para mais, vemos que eles podem se envolver em inúmeras outras aventuras. A possibilidade de explorar outros mundos é o que me deixa mais ansioso por mais! Quem sabe onde essa jornada levará?
Não tem nem o que dizer direito. Você fez uma resenha incrível como sempre. Fico muito feliz que tenha gostado de Auroon ^^ Estou trabalhando bastante na continuação que pretendo publicar final desse ano, ainda tem muito de Auroon para se aventurar haha
ResponderExcluirE aí, Douglas! Eu tento sempre dar o meu melhor nas resenhas, vejo tanta gente escrevendo coisas genéricas na internet, acabam fazendo praticamente um resumo do que leram (que deveria se chamar literalmente RESUMO ao invés de RESENHA kkkk) em dois, três parágrafos, me pergunto como conseguem falar sobre um universo inteiro em poucas linhas.
ExcluirEu acredito que, se o autor teve tanto trabalho em criar seu livro, o mínimo que eu posso oferecer como leitor é tentar detalhar todas as reações doidas que tive enquanto lia, é tanta coisa a se dizer kk Penso que é valioso ter resenhas de nossos livros na internet, porque quando alguém pesquisar no google começa a aparecer mais conteúdo! Cara, show de bola saber que esse livro dois já está a caminho, produção a todo vapor kkk Mantenha o ritmo e vai me atualizando das novidades hein, grande abraço!